Nuvens – o documentário.

Depois de terminar os artigos do Mestrado para primeiro semestre de 2020.1 é hora de relaxar um pouco antes de escrever a dissertação. Nessa folga rápida deixo aqui uma recomendação para esta semana, o documentário “CLOUDS”.

O link do Trailler.

https://cloudsdocumentary.com/#trailer

Imagens do i-doc “Clouds”.

CLOUDS é um documentário interativo e um retrato dessa comunidade de pioneiros digitais, explorada pelas lentes do código. O projeto faz perguntas sobre o futuro da criatividade em um momento em que os algoritmos desempenham um papel importante na formação da cultura.

O filme apresenta 40 artistas, designers e hackers que participam da co-criação de ferramentas gratuitas para expressão criativa. Refletindo a história dessas comunidades online, o software por trás do CLOUDS foi construído em C ++ ,usando OpenFrameworks e inclui visualizações interativas em tempo real pelos artistas apresentados no documentário.

Verdadeiro ou Falso ?

Homepage

No mundo das Fake News como está sendo tratada esta questão pelo documentário e seus autores ? Não somente o fato em si mas o formato de apresentar esta questão.

Num filme linear estamos sujeitos à voz do autor com muito pouco poder de intervenção. Na experiência do espectador realizada por computadores as coisas mudam. Como o filme documentário aborda os fatos ? Serão verdade ou falsos ? Quais os limites entre o real e a ficção ? Muitas são as questões, não há dúvida.

Dito isto minha dica hoje aqui é o I-doc:

http://therapeuticbiographies.com/korsakow-film2/

Realizado pela inglesa radicada no Canadá Jamie Griffiths, artista digital, diretora de cinema e artista performática, que no projeto utiliza com grande criatividade e inovação literária o software Korsakow.

Numa provocativa tensão narrativa questiona continuamente o espectador, verdadeiro ou falso ? Em suas palavras , ” foi apenas um experimento, mas fiz uma descoberta muito interessante. Não houve julgamento real, porque eles nunca poderiam realmente saber quais histórias eram verdadeiras e quais eram falsas. Alguns disseram que é verdade e outros que são falsos, e no final não importava. Assim me senti seguro, mas para minha surpresa e o mais importante, me curei de certa forma terapeuticamente no processo de fazê-lo. “

Boa dúvida !!

Aqui o site do artista – http://www.jamiegriffiths.com

Pesquisa qualificada !!!

Muito feliz com o resultado da banca de pesquisa que foi qualificada no Mestrado em Indústrias Criativas na Unicap – Universidade Católica de Pernambuco, realizada nesta terça-feira, dia 30/06.

Agradeço meus orientadores, Prof. Doutor João Guilherme Peixoto @joaogmpeixoto, Prof.Doutor Anthony Lins @thonylins, Prof.Doutor Dario Brito @dario_brito e Profa. Doutora Kátia Augusta Maciel @kaaug , cabeças pensantes da academia brasileira !!

Nosso projeto têm com problema entender melhor as relações entre as unidades narrativas (databases) editadas nas interfaces do programa Korsakow e como elas podem ser utilizadas. O produto desta investigação será um e-book que vai ser disponibilizado aqui.

Em breve teremos novidades !

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Mapeando novos terrenos, né McLuham ?

Quero trazer aqui hoje duas ilustrações propostas pelo pesquisador australiano Adrian Miles, em artigo de 2017, sobre o que ele imagina onde possa estar se situando o campo de estudo dos documentários computacionais, termo que ele também propõe.

Ele explica, “a figura 3 é mais apropriada, proposicional e didática. Aqui, os estudos documentais ainda se encontram dentro dos estudos de cinema, com a introdução do campo mais recente de novos estudos de mídia, sobrepondo estudos de cinema. Isso reflete a influência agora óbvia da digitalização na gravação, edição e distribuição do cinema, e o exame teórico do que essas mudanças provocaram na produção, no estilo, na economia e na agência de mudanças do público. Também reflete a extensão em que os estudiosos do cinema e dos estudos documentais confiam nas teorias de Lev Manovich, em The Language of New Media, para criação de novas mídias”. (MILES, 2017, pg. 9, tradução nossa).

Já nesta figura ele sugere ” a figura 4 é uma maneira mais interessante de se questionar sobre o documentário interativo como um emaranhado confuso de pessoas, mídia, tempo, tecnologias, interatividade, materialidade e produção, do que os estudos de cinema e documentário alcançam por si mesmos. Isso está mais próximo do que algo chamado não-ficção computacional poderia fazer. (MILES, 2017, pg. 10, tradução nossa).

A proposta de estudos proposta por Miles situa-se na confluência entre as Teorias de Ator Rede e Novo Materialismo para o campo no que esclarece ainda: ” neste desenho, os estudos de cinema não fornecem mais as lentes principais para a exibição e a realização de documentários interativos, sugerindo que os estudos interativos são uma bricolagem de estudos de cinema e documentários, além de estudos de software, novas mídias e códigos, com o novo materialismo incentivando um determinado teor ou carimbo para tudo. ” (MILES, 2017, pg. 10, tradução nossa).

As referências deste post são do artigo: “Matters of concern and interactive documentary: notes for a computational nonfiction“. de Adrian Miles (2017) School of Media and Communication, RMIT University, Melbourne, Australia.

Espero que possa ter sido um norte para minha pesquisa, até breve !

Este post teve como trilha sonora o Álbum Supertramp Live 1997.

Codoanaut – Onde nos programamos ?

Têm sido diferente a rotina desses dias de 2020. A pandemia nos obriga a repensar /reorganizar todas as rotinas diárias. A simples ida ao mercado, organizar casa / trabalho / escola, receber uma encomenda, organizar leitura ou consolidar um projeto de pesquisa se tornam tarefas dignas de heróis das galáxias !

E esse repensar/reorganizar vêm sendo feito cada vez mais no uso cotidiano de aplicativos que utilizam de inteligência artificial, o paradigma invisível que nos controla e conduz por labirintos digitais.

Para pensar mais e melhor sobre esta inteligência recomendo para esses dias de quarentena “ver ” o documentário “Codonaut”, dirigido por Florian Thalhofer, Félix Pauschinger e Stefan Westfal, editado na plataforma do Korsakow.

O doc aborda o assunto usando as interfaces do programa que permitem caminhos narrativos explorados a partir de referências que vão de citações sobre a evolução da tecnologia computacional de Assimov, de textos do filme 2001 Odisséia no Espaço e de previsões feitas por cientistas, filósofos, estudantes, médicos, escritores e outros personagens da Alemanha de hoje.

Apesar de ser falado em alemão grande parte do I-doc têm legendas em inglês, o que torna a experiência acessível. Para quem já acompanha o cenário de filmes interativos destaco o design e sobretudo a possibilidade do “olho do pássaro”, recurso que permite visualizar o conteúdo de forma geral, e que dá ao espectador a possibilidade de acompanhar quais partes da linha da história ou dos personagens já foram assistidos.

Recomendo muito e deixo aqui o link !

Codoanaut – Onde nos programamos ? http://codonaut.de/

Este post foi escrito com a seguinte trilha sonora: Dieter Schnibel – Motetus I, Sibelius – The Oceanides OP.73 Yale version, New Order, Bicep, Urban All Stars e DJ Zinc.

Acertando o rumo.

Nesta semana que passou (07/04) realizei encontro virtual com meus orientadores da UNICAP, Professores Anthony Lins e João Guilherme. Antes de tomarmos o assunto principal foi Inevitável conversar um pouco sobre os momentos que vivemos aqui e no mundo e das incertezas sobre o dias futuros.

Para o projeto discutimos e decidimos ajustar o foco do problema no uso das interfaces, e como estas ‘causam’ o encadeamento das narrativas interativas nos filmes realizados com o software Korsakow. Nos últimos dias me concentrei em buscar mais evidências destes ‘comportamentos’ levantando no banco de dados do site do programa, quantos filmes existem disponíveis para visualização. Os números são de 107 filmes com links cadastrados, sendo 52 com links ativos.

Foi decidido revisar o texto do projeto e renovar os contatos aos professores que farão parte da banca de qualificação, entre eles o Prof. André Paz, pesquisador chefe do BUG404, para consolidar breve um cronograma atualizado. Também foi proposto o contato com Mr. Florian Thalholfer, o criador do programa, para uma possível contribuição no desenvolvimento da pesquisa.

Por fim foi definido a escolha de um dos artigos (disponíveis aqui http://meufilme.com.br/?page_id=38 , no blog para consulta) já produzidos ao longo do mestrado, para participar de chamada de trabalhos da revista Fronteiras – estudos midiáticos, publicação da Unisinos, destinada à comunidade científica da área de ciências sociais e humanas, centrado em temáticas diretamente concernentes aos processos midiáticos.

Até breve e #ficaemcasa, #stayhome.

O BUG 404

No Brasil desde 2015 um grupo formado pelos professores ligados a UFRJ, entre eles André Paz, Julia Salles, Felipe Carrelli e Cláudia Holanda, mantém um site voltado para promover o diálogo entre pesquisadores, artistas, produtores e realizadores interessados nas conexões entre o audiovisual e as tecnologias. É o BUG 404.

Vale muito visitar e ver o site, que possui projetos muito legais , como o BUGBrasil que faz um mapeamento da produção brasileira, deixo aí o link.

A origem desta pesquisa.

Em janeiro de 2018, durante o curso de Especialização em Narrativas Contemporâneas da Fotografia e do Audiovisual, da UNICAP- Universidade Católica de Pernambuco, durante a disciplina de Produção Audiovisual, orientada pelo cineasta e professor Marcelo Pedroso, tivemos como tarefa prática, a formatação de um projeto de documentário audiovisual. Nossa proposta foi realizar um filme sobre o centro urbano da cidade do Recife, Pernambuco, que contemplasse tanto a perspectiva histórica quanto a contemporânea.

Para definir e delimitar este escopo num roteiro, escolhemos contar um pouco da história da cidade a partir do circuito de estátuas chamado de “Circuito da Poesia”, que é composta por poetas, escritores e personalidades que viveram no Recife e que estão dispostas pelo centro da cidade. Durante a elaboração do seu roteiro imaginamos construir uma narrativa onde o espectador pudesse “assistir ao filme enquanto caminhasse pela cidade ” realizando os percursos que conectam uma estátua a outra, podendo escolher que caminho seguir.

Ficou claro neste momento que uma edição linear tradicional não traria o efeito de imersão no ambiente urbano desejado. Embora Documentários Interativos seja um gênero emergente e com relevante número de produções criar do zero um programa de computação que permitisse interagir com o filme estava fora do nosso alcance como estudantes para um filme universitário. Iniciamos então uma pesquisa pela internet na qual descobrimos que já existem opções de softwares com custo acessível e que não exigem que o diretor seja um programador avançado. A escolha pelo software Korsakow em seu modo para estudantes foi feita por estas razões.

O mundo digital em rede e seus labirintos narrativos possíveis no hipertexto abrem caminho com sua profusão de processos, agenciamentos, co-criação, para descobertas das pesquisas acadêmicas como as do Open Doc Lab do MIT/Massachusetts Institute of Technoligy , do National Film Board of Canada, do IDFA Doc Lab entre outras, e que servem de inspiração e guias nos caminhos do Mestrado.

Co-criação, vamos nessa !

O Open Doc Lab do MIT/Massachusetss Institute of Technology está disponibilizando em seu site a pesquisa COLLECTIVE WISDOM: Co-Creating Media within Communities, across Disciplines and with Algorithms, um estudo sobre as dinâmicas de autoria nos mais diversos meios de documentar e (tentar) explicar a realidade. https://youtu.be/apKPou8gqxY